Tantas vezes em nossos encontros discutimos os conceitos de autoria e também falamos sobre "citações", "diálogos", "intertextos" na literatura e na arte. Ninguém cria do nada, mas os níveis de diálogo são muito variáveis.
Uma questão do Paulo Neuman nos levou a pensar na Pasárgada de Manuel Bandeira. Na ocasião eu contei sobre os diálogos com o poema de Bandeira "Vou-me embora prá Pasárgada" em território cabo-verdiano.Cabo Verde, arquipélago marcado pela seca permanente, de onde se é forçado a partir. Neste contexto, Pasárgada ganha outros contornos... Abaixo, uma dessas "respostas" cabo-verdianas à evasão sonhada por Bandeira:
ANTI-EVASÃO
(Ovídio Martins)
"Pedirei
Suplicarei
Chorarei
Não vou para Pasárgada
Atirar-me-ei ao chão
e prenderei nas mãos convulsas
ervas e pedras de sangue
Não vou para Pasárgada
Gritarei
Berrarei
Matarei
Não vou para Pasárgada"
Comentários?
Susana
terça-feira, 29 de julho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário